quinta-feira, 30 de julho de 2009

eternidade

então ontem foi dia de butecar. conversa vai, conversa vem, cerveja gelada na mesa, carlton na mão... veio de novo o pensamento: "podia ficar aqui pra sempre, conversando e bebendo... minha felicidade é tão simples".

não, não sou um alcoólatra (ainda que nem todos partilhem dessa opinião comigo). mas essa cena ocorre com ou sem bebida, com ou sem cigarro. basta ser coisa boa. sendo bom, quero que seja eterno.

a cerveja que nunca seque, o cigarro que fique sempre aceso, o assunto que nunca morra... a noite que nunca acabe. toda noite é assim, quero que ela continue indefinidamente.

durante a viagem, e mais uma vez ela, eu toquei muito nesse assunto. em como não sei lidar com finais porque eu quero que as coisas sejam eternas. mesmo a viagem, se as condições objetivas (ah, o dinheiro! ah, as obrigações!) permitissem, teria prolongado certamente.

daí, que as coisas não devem ter fim, esse texto também termina assim... querendo continuar...

domingo, 26 de julho de 2009

enep

aliás, vou falar um pouco mais do enep. depois eu edito e apago um bocado.

Mas alguns momentos são memoráveis. O que dizer de uma viagem que até terapeuta de casal eu banquei??? Aliás, terapeuta não, Regina Volpato nos Casos de Família! haha "Aaaai, coleeeeega.". E, brincadeiras a parte, momentos despretensiosos como cantar legião depois de anos tocam em algum lugar que você também não tocava há anos...
Sair sozinho pela noite já é clichê, mas sempre uma novidade (contraditório mesmo!). E a surpresa foi encontrar pessoas inesperadas. Espírito Santo que me aguarde.
Não deu pra divulgar tanto o "Aquecimento da Mc Jenny", mas quem ouviu não vai esquecer nunca! Especialmente a galera de Palmas! Aliás, o que é a galera de Palmas??? Tá de parabéééns! "Atóóro o perigon de Palmas". Rosa Mara diria isso. E Miracema??? Lá em Miracema que é bão! O palha é ter que acordar as 4 da madruga pra ir pra UFTO (a federal do tocantins, galera... e lê-se úfito).
E os banhos no perrengue?? Naaada, compensava ver a cara do povo na hora de sair da cabine procurando saber da onde aquelas duas pessoas haviam saído...
Aliás, que eu e Ivi nunca moremos juntos, senão a casa vai virar um perdigueiro. O que compensava é que as inquilinas que moravam nos fundos eram até arrumadinhas. Lá em Palmas era assim não! Na Escola de Machos Alfa do Brasil não tinha aulas pra cuidar da barraca! Mas que os dois primeiros membros dessa escola representaram bem a classe, isso ninguém pode negar!
Horas na barraca, a barraca do alto da escada, a do pedágio que acabou que não rolou. Mas muita bebida, conversa e risada saiu dali. Conversas. Horas e horas de conversa. Tá certo que a maior parte do tempo era eu berrando alguma besteira ou falando sozinho (acho palha, galera!), mas minha voz ausente é prova de horas e horas de conversas. Conversas bestas, histórias que vão ficar pra sempre (como o signo das tartarugas e o perfume de jazzmim), idéias bem trocadas, fofocas (aliás, esse foi o CA mais venenoso que já rolou! Que digam os e-mails privados pré-ENEP).
O final é sempre uma barra. Como eu disse, não sei lidar com términos, mas, alguns bem sabem, elaboro rápido meus lutos. Muito foda ter que se despedir dos lugares, das pessoas, dos atos, das lembranças... Ver todo mundo indo embora, vendo vazios onde antes estava ocupado (literal e figurativamente). As despedidas, falar tchau, fazer declarações, sentir que aquilo lá acabou.
Mas ao final, luto elaborado, coração quente e cabeça em vários lugares do Brasil, o que fica é essa sensação de que o mundo é isso, e realmente cada despedida é um encontro, e desse encontro, além de uns 4 esqueiros, umas 6 caixas de cigarro, uns 100 chopps a um real (e isso numa tarde só), uns tantos litros e cerveja e muita muita lombra, fica um saldo de sentir-se um pouco mais humano, um pouco mais construído em minha existência.

p.s.:

o endereço do blog perdido é http://momentscombusting.blogspot.com

entrou em combustão!

encontro

Como eu sempre disse, "eu sou todas as pessoas que me fizeram assim".
O Encontro dessa semana me fez pensar sobre meus amigos. Aliás, primeiro de tudo em como é bom conhecer gente nova, como qualquer pessoa em qualquer situação pode trazer uma grande colaboração pras nossas vidas. Em como poucos dias podem ser inesquecíveis e mais que suficientes para criar grandes estimas. Dai eu pensei nos meus grandes amigos (os melhores amigos do mundo, com certeza). Nos amigos distantes que não vejo há mais de ano mas que são essenciais. Nos amigos de perto, mas que pela rotina, pelas obrigações ou mesmo as vezes porque esquecemos em como isto é importante, deixamos de manter contato tão freqüente, deixamos que muitas vezes estejamos ausentes. Nos amigos de farra, nos amigos de aula... E nas milhares de pessoas que passam em nossas vidas nem que seja por um ou dois minutos mas que trazem contribuições inestimáveis. Como diria Vinícius de Moraes "eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos."
Porque a vida é relação, a vida é troca, construção e sempre, sempre, sempre... AFETO!

Sentidos Concretos

Então, perdi meu antigo blog. Criei um login pra usar só pra ele e esqueci login, senha, nome da primeira professora... Minha memória não é mais como antigamente. Nada é.

Daí o nome, dessa vez respira o mesmo ar que eu... Psicologia... Já diria vovô Marx que "tudo o que é sólido se dissolve no ar". O que raios isso quer dizer? Primeiro, a mudança como realidade da matéria. Só complicou? A realidade está sempre em movimento, o que agora é, no momento seguinte já deixa de ser. Só que esse movimento é tão próximo e veloz que tudo acontece ao mesmo tempo. Tudo o que é, ao mesmo tempo não é. Tese e antítese formam uma unidade.
Daí pro vovô Marx esse movimento obedece à ordem do materialismo, mas não o materialismo mecânico, das relações entre as coisas de forma aparente, mas o materialismo histórico, em que somente o desvelamento das condições histórias de produção da infraestrutura pode ascender ao conhecimento do real, para além da aparência. E é essa infraestrutura que condiciona todas as outras coisas, que vão desde os movimentos literários até o seu sentimento mais íntimo, que você julga absolutamente pessoal e "subjetivo".
O legal então, e já está expresso na frase do vovô é que esse subjetivo não é separado do concreto. Não existe uma relação de exclusão entre as condições materiais e "subjetivas", mas pelo contrário: tudo o que é sólido se dissolve na medida em que toda condição material também "evapora" e se torna superestrutura, sem nunca deixar de ser.
O que se têm por subjetivo não é abstrato, é concreto, e entende-se por concreto as múltiplas determinações históricas e materiais a que estamos submetidos. Submetidos, entretanto, de forma dialética.
O subjetivo é dado a partir dos sentidos produzidos na tensão entre os significados socialmente partilhados e a história de vida de um sujeito, sempre de forma criativa e a sobredeterminar outras determinações anteriores. Esse sentido subjetivo, sendo assim, é, invariavelmente, a unidade dialética entre o simbólico e o afetivo.
Tá, e pra que essa explicação?

Pq eu acho que o fundamento primeiro é saber que todas essas relações, pensamentos, e sentidos são concretos, são fruto de uma história de vida, são fruto de situações determinadas, de mediações e contatos com a cultura.

Daí eu venho um pouco aqui, relatar as experiências que vão me determinando, as pessoas que vão me construindo e até os pensamentos que vou jurando que são meus...