domingo, 6 de setembro de 2009

coisas simples

meus amigos sempre me ouvem falando isso mas a minha felicidade é bem simples. uma das sensações mais agradáveis é (visualiza o cenário): buteco pé sujo; mesa amarela; garçom amigo; antárctica gelada; carlton red (qnd ele ta fazendo efeito); amigos; besteiras. se não for pedir muito, peço música ao vivo. ou um sertanejão de tocar o coração pra berrar a plenos pulmões.

se felicidade não é esse estado de espírito, to precisando conhecê-la, viu!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

estimação

"Adotei uma pequena ilusão
Alimento-a constantemente
Brinco com ela de correr
E também brinco de pegar
Vez por outra, a solto
Vez em quando a levo pra passear
Eis a minha companhia
Minha melhor amiga
Dócil, inteligente, alegre, solta
Muito embora, vez em quando
Ela arrebente a corrente

E, de repente, me morda."

SnowFlake, essa poeta aqui!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

calendário

me lembro de cor
dos agostos que senti
em um outro outono
que não vem mais.
dizendo me lembro
do meu nascimento
do meu reveillon
já não era o mesmo
feito um obreiro
marceneiro de mim mesmo
abri a boca e a alma
maior ainda ficou o gosto
de juventude que para o tempo
se ajoelha e contempla
as folhas de outono
que caem em setembro.

eu vi um amor morrer

Eu vi um amor morrer.
Ele floresceu em setembro. Um pequeno botãozinho roxo, tão pequeno e frágil que poucos lhe conseguiram ver antes que florescesse. Os mais experientes de longa data sabiam: "É sim um amorzinho, eu nunca confundo. Veja só a maciez das pétalas".
E daquele pequeno botão todos puderam admirar as várias cores que começaram a se formar. Eram rajadas azuis, feixes amarelos, pequenas nuvens brancas... Era de um colorido tal que em poucos amores se vê.
Cresceu forte e vigoroso aquele amor. O perfume, nem todos gostavam, é claro. Não era uma perfume suave como o das rosas, era um perfume, podemos dizer, mais denseo e encorpado (não como vinho, como chopp). De qualquer forma, bom ou ruim, tinha um perfume próprio aquele amor.
Meses passaram. Não se pode dizer que qual fosse a estação o amor estava à mesma maneira. As vezes envergava tanto que parecia que ia murchar e morrer. Por outras vezes, perdia a cor; as vezes o perfume se tornava enjoativo. Certa vez até disseram: "Isto não é amor. Veja só a palidez das pétalas. Nunca vi amor assim." Mas os mais experientes ainda o reconheciam: "Pois é claro que é amor. Amor é assim mesmo, muda tanto! Perde a cor, muda o cheiro, tem alguns que até pétalas perdem. Mas deixa estar. Logo logo estará colorido novamente, só continue a cuidar".
O fato é que, embora murchasse, sempre trazia de novo o colorido. Mas embora voltasse, percebi-a-se que estava perdendo algo de sua juventude. Já não era assim um amor tão novo. E nisso os mais experientes não estava certos. O amor começou a perder suas cores e estas nunca mais se viram. Até qe um dia o amor morreu. Seco, deitou-se ao chão. Mesmo a água que tentou-se que o revigorasse foi em vão.
Os mesmo descrentes disseram "Não lhe disse? Isto não é amor, veja só como morreu. Não é certo, pois, que amores não morrem?". Que dissessem! Eu sabia que era amor. Em todos seus momentos que eu acompanhei, era amor! Desde o início até o fim, esgotado em suas reservas.
E se não fosse de início, não fosse de nascença, em cada cuidado prestado, em cada gota regada, eu lhe fiz amor.