terça-feira, 22 de junho de 2010

momento

Vejo cada movimento teu
nem uma respiração me escapa
Nãoa adianta arregalar os olhos
e piscar seguidamente.

Não perde tempo com a gota
de frio suor que escorre na têmpora
Deixa o seco passar pela garganta
o úmido está na testa.

Meus olhos bem atentos
mas apenas meio abertos, analisando-te
Lábios cerrados, boca dura
Um olhar que condena.

Terceira personagem
uma arma em minha mão
fria, mas pulsante
e acima de qualquer moral.

Apontada em tua direção
Gatilho pressionado
a bala escorre pelo cano
viaja pelo espaço, num tempo alargado.

Chega na pele, viola a epiderme
escancara a carne
atrapalha o ritmo do coração
o corpo se despede da vida
a mente sem entender.

Olho atorderrorizado
o chão chegando mais perto
Só assim entendo
que quando em ti atiro
atinjo a mim mesmo.


Março/2005.

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