terça-feira, 1 de setembro de 2009

eu vi um amor morrer

Eu vi um amor morrer.
Ele floresceu em setembro. Um pequeno botãozinho roxo, tão pequeno e frágil que poucos lhe conseguiram ver antes que florescesse. Os mais experientes de longa data sabiam: "É sim um amorzinho, eu nunca confundo. Veja só a maciez das pétalas".
E daquele pequeno botão todos puderam admirar as várias cores que começaram a se formar. Eram rajadas azuis, feixes amarelos, pequenas nuvens brancas... Era de um colorido tal que em poucos amores se vê.
Cresceu forte e vigoroso aquele amor. O perfume, nem todos gostavam, é claro. Não era uma perfume suave como o das rosas, era um perfume, podemos dizer, mais denseo e encorpado (não como vinho, como chopp). De qualquer forma, bom ou ruim, tinha um perfume próprio aquele amor.
Meses passaram. Não se pode dizer que qual fosse a estação o amor estava à mesma maneira. As vezes envergava tanto que parecia que ia murchar e morrer. Por outras vezes, perdia a cor; as vezes o perfume se tornava enjoativo. Certa vez até disseram: "Isto não é amor. Veja só a palidez das pétalas. Nunca vi amor assim." Mas os mais experientes ainda o reconheciam: "Pois é claro que é amor. Amor é assim mesmo, muda tanto! Perde a cor, muda o cheiro, tem alguns que até pétalas perdem. Mas deixa estar. Logo logo estará colorido novamente, só continue a cuidar".
O fato é que, embora murchasse, sempre trazia de novo o colorido. Mas embora voltasse, percebi-a-se que estava perdendo algo de sua juventude. Já não era assim um amor tão novo. E nisso os mais experientes não estava certos. O amor começou a perder suas cores e estas nunca mais se viram. Até qe um dia o amor morreu. Seco, deitou-se ao chão. Mesmo a água que tentou-se que o revigorasse foi em vão.
Os mesmo descrentes disseram "Não lhe disse? Isto não é amor, veja só como morreu. Não é certo, pois, que amores não morrem?". Que dissessem! Eu sabia que era amor. Em todos seus momentos que eu acompanhei, era amor! Desde o início até o fim, esgotado em suas reservas.
E se não fosse de início, não fosse de nascença, em cada cuidado prestado, em cada gota regada, eu lhe fiz amor.

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